Ditaduras da América Latina: Processo de Abertura
O país começou a executar um plano político chamado de “Aliança para o Progresso”, em que o seu objetivo era
integrar os países da América nos aspectos socioeconômicos capitalistas e
assim, frear os crescimentos socialistas. Porém, vários grupos de
esquerda surgiam em diferentes nações do continente americano e através de
golpes de Estado sucessivos, a América Latina assistiu, nos anos 60 e 70, a
ascensão de inúmeras ditaduras militares. Em 1954, os Estados Unidos fez a primeira intervenção direta no continente derrubando
Jacobo Arbenz, presidente da Guatemala. No mesmo ano, o general Alfredo
Stroessner comanda um golpe contra o presidente Federico Chávez e assume o poder
no Paraguai.
Em 1975, uma aliança foi estabelecida
formalmente entre as ditaduras militares na América Latina. A Operação Condor foi
criada com o propósito de coordenar a repressão de
opositores nas ditaduras, ou seja, eliminar líderes de esquerda instalados nos
países da América do Sul. O nome do acordo foi dado por cauda da ave típica dos
Andes e símbolo do Chile e, justamente sob os auspícios do governo de Augusto Pinochet,
o país tomou frente da operação. Anos depois (1988), Pinochet foi derrubado
pela população que disse não em um plebiscito que tinha como proposta para que
o ditador ficasse no poder até 1997. No ano seguinte, Patrício Aylwin, vence a
eleição presidencial e em 1990 ele assume o poder quando o Congresso é
reaberto. Além do Chile, Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai também
faziam parte da aliança e, nesses países, os desaparecimentos, as torturas, os exílios
e as prisões eram muito frequentes. O Brasil participou ativamente das duas
primeiras fases da Operação Condor, o país também apoiou os golpes militares na
Bolívia (1971), no Uruguai (1973) e no Chile, no mesmo ano. Dessa forma, as ligações entre os países latino-americanos
já eram percebidas.
No Brasil, na madrugada do dia 31 de março de 1964, os militares armam
um golpe e conseguem derrubar o presidente João Goulart. Como o governo não
reagiu e vários grupos lhe davam apoio, em abril, o general Castello Branco
assume a presidência do país. Dois anos depois do golpe militar brasileiro, os
militares argentinos dão um golpe de estado e cima do presidente Arturo Illia, que
exercia o cargo legalmente dentro da constituição, e tomam o poder. A Argentina passou
por situação semelhante a do Brasil em relação à existência de um governo
militar ditatorial, mas, apesar de ter durado apenas sete anos e não vinte e um
anos como no Brasil, foi a ditadura mais rigorosa e sangrenta que a América
Latina já teve. Na primeira metade da década de 1980 começou a
redemocratização, que culminou com as eleições dos presidentes Raul Afonsín, em 1983, e Tancredo Neves, em 1985,
encerrando, respectivamente, as ditaduras argentina e brasileira. Na
Argentina, a invasão das Ilhas Malvinas, em 1982, apressou o fim da ditadura. A
derrota humilhante para os ingleses levou à queda da última junta militar, já
enfraquecida pela insatisfação do povo com os rumos da economia e a repressão.
A ditadura no Brasil foi a segunda ditadura mais longa da
América, só perde para o Paraguai, pois a ditadura no país teve mais de trinta
anos de duração. O país, nos dias atuais, vive uma crise democrática e enfrenta
uma das mais severas crises políticas de sua história. Na Bolívia a ditadura
começa no mesmo ano que a do Brasil (1964) quando o presidente de esquerda Paz
Estenssoro é derrubado. Sua abertura só acontece em 1981, depois de vários presidentes
e varias revoluções terem acontecido no país. De 1973 a 1985 acontecia a ditadura uruguaiana que foi muito marcada
pela proibição dos partidos políticos, a ilegalidade dos sindicatos, a censura
à imprensa e a perseguição, prisão, desaparecimento e assassinato de opositores. Em 30 de novembro de 1980, o povo resistiu mediante plebiscito, o projeto de reforma constitucional proposto pelo regime, dando começo a um lento processo de abertura política. E no dia 1º de março, Julio Maria Sanguinetti retoma o poder aos civis.
Todas as ditaduras acontecidas na América Latina tiveram fins diferentes, mas podermos ressaltar que em alguns países como no Chile e na Argentina, os experimentos foram Terrorismo de Estado, sendo que muitos foram punidos pela sociedade após a ditadura. Porém, em outros casos, como no Brasil, aqueles que praticavam a violência, foram anistiados e assim liberados dos crimes.